“ Quem me dera ter
poderes, e ao tocá-lo
Como o fez Moisés, tuas
águas separar
E entre paredes, segura
atravessá-lo
Para bem de perto, ver
aquele olhar. ”
Com certeza o mar
desperta muitos sentimentos profundos e emociona a todos, para quem pretende
aventurar-se no mundo literário, uma boa dica é sentar-se numa praia em pleno dia
de sol e águas tranquilas, e deixar as ideias fluírem e navegarem por mundos
antes inimagináveis.
A vida sem luta é um mar
morto no centro do organismo universal.
Mar!
Tinhas um nome que ninguém temia:
Era um campo macio de lavrar
Ou qualquer sugestão que apetecia...
Mar!
Que não
pode calar-se, nem gritar,
Nem
aumentar nem sufocar o pranto...
Mar!
Fomos
então a ti cheios de amor!
E o fingido lameiro, a soluçar,
Afogava o
arado e o lavrador!
Mar!
Enganosa
sereia rouca e triste!
Foste tu
quem nos veio namorar,
E foste
tu depois que nos traíste!
Mar!
E quando terá fim o sofrimento!
E quando deixará de nos tentar
O teu encantamento!
Miguel Torga, Poemas
Ibéricos
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